sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O DESMONTE DO ESTADO A QUEM INTERESSA(OU)?


Desde a era Collor que o Brasil vem passando por um processo de desmonte do Estado, através do processo de privatização inicialmente das estatais, agora das rodovias, já se fala dos aeroportos e portos e não se sabe o que mais estão aprontando. É um processo de desmonte jamais visto antes. Nunca se privatizou tanto em tão pouco tempo.
O que é de se espantar é a forma ou como o processo tem ocorrido. Sempre cercado de sigilos, dúvidas e desconfiança de parte da população, e para tentar minorar o grau de desconfiança pela falta de credibilidade, procuram se utilizar de farta e intensa propaganda que procura justificar a iniciativa.
Seus defensores, não sabemos a interesse de que ou de quem, insistem em considerar Estado brasileiro como um paquiderme, pesadão e inoperante. Logo eles, os principais responsáveis pelo inchaço do quadro funcional, através de indicações de milhares de apadinhados políticos, muitos sem qualquer conhecimento ou competência e outros sem qualquer necessidade.
Em seus discursos procuram argumentar a incapacidade do Estado brasileiro em investir, apesar da elevada carga tributária e os recordes de arrecadação que são batidos mês após mês, e que os serviços públicos se privatizados melhorariam de qualidade e ficariam mais baratos, além disto, que o dinheiro arrecadado deveria ser utilizado para abater a dívida pública, fazendo com que sobrassem mais recursos para gastos sociais.
Aí vem a pergunta que todo brasileiro deveria está fazendo: No patrimônio já privatizado isto realmente ocorreu? A telefonia fixa ficou mais barata? Os orelhões funcionam em algum lugar da sua cidade? A energia elétrica está mais barata? As estradas pedagiadas dão exemplos de qualidade e você transita a um custo cabível em seu bolso? Enquanto isto o Estado que deixou de cuidar destas atividades por acaso reduziu a carga tributária em igual percentual dos bens privatizados? Os serviços públicos essenciais e que caberia ao Estado cuidar melhoraram? Como está a educação pública em sua cidade? E o atendimento pelo SUS, as pessoas continuam morrendo nas filas de espera dos hospitais? E a oferta de medicamentos essenciais continua faltando? A Segurança pública é um exemplo?
Pois estes era e são os argumentos ainda utilidados, que o Estado tinha que investir em educação, Saúde, Segurança Publica e infra-estrutura, e se não ocorresse ou ocorrer as privatizações a tendência será faltar recursos para as atividades essenciais.
Volto a perguntar: E então a educação pública melhorou? Aonde? A saúde pública está as mil maravilhas? Aonde? A Segurança Pública existe? Aonde?
Recursos todos sabem que existem, mas para onde está indo? Ora, da mesma forma que sabemos da existência dos recursos, todos sabem para onde é destinado estes recursos: para as obras superfaturadas; para os bolsos de políticos e empresários desonestos, sem que a nossa Justiça tome qualquer medida.
Aliás, também seria sonhar muito que os mesmos punissem os mesmos. Recentemente um Ministro do Supremo foi a um casamento, onde o noivo que tem dezenas de causas no Supremo, com despesas pagas pelo advogado. Já viu então como será sua decisão não?
Mas voltando as privatizações, a quem realmente interessa?
Analisando material que tem chegado as nossas mãos e que circula na internet de críticos e de muitos denunciantes dos atos lesivos das privatizações, a gente passa a ter um quadro nu e cru de como os seus defensores pouco estava ou estão interessado em defender o patrimônio brasileiro.
Pelo que se observa, de início a prioridade era que os leilões ocorressem rapidamente, a toque de caixa, em pouco tempo, com prazos curtos, de forma a não vir despertar o interesse de muitos concorrentes e sim de poucos compradores em potencial de forma que fosse mais fácil oferecer-lhes inúmeras vantagens e facilidades.
Para atrair este grupo seleto de investidores “selecionados” deu-se início a um programa de saneamento das estatais a serem doadas, transformando-as de empresas deficitárias que eram, ocasionadas pelo inchaço de pessoal colocado através do apadrinhamento político, muitos inclusive sem necessidade, e de excesso de diretores com altos salários, tornando-as lucrativas.
Para que isto pudesse ocorrer o governo (o mesmo que passava para a população através da imprensa que o Estado havia esgotado a sua capacidade de investimento) investiu grandes somas nessas empresas, aumentou-lhes substancialmente as tarifas, que quando eram administradas pelo governo tinha as suas tarifas subsidiadas e muitas dessas beneficiavam os consumidores de baixa renda, além de assumir suas dívidas, ficando para o arrematador apenas o filet mignon, como diz o ditado.
Para dar sustentação à doação programada, o governo se encarregou de contratar Consultorias Internacionais escolhidas a dedo, para avaliar estas empresas. As Empresas de Consultoria de forma programada utilizaram de metodologias onde aplicaram o método de projeção da "presumível" lucratividade futura, sem levar em consideração tudo o que o Estado gastou para saneá-las. Como se sabe, este tipo de avaliação são medidas arbitrárias, e “induzidos” por estas avaliações o governo que já estava mal intencionado, estabeleceu preços mínimos inferiores ao que ele investiu somado às dívidas assumidas por ele.
Diante dos preços estabelecidos qualquer leigo ou dirigente responsável chegaria a conclusão que do ponto de vista do erário público, teria sido muito melhor manter as empresas administradas pelo poder público, em vez de vendê-las a preços de banana.
Aliado a toda esta tramóia, o governo ainda ofereceu aos compradores todos os tipos de facilidades, sempre à custa do suor do brasileiro, que é quem mantém o erário público. Um destes escândalos foi receber parte do pagamento em "moeda podre", ou seja, títulos públicos que levariam anos para vencer e que à época estava cotada muito abaixo de seu valor nominal no mercado, dada a falta de credibilidade do governo de então, junto aos investidores internacionais.
Diante desta facilidade o que fizeram os grupos interessados em arrematar as nossas estatais? Compraram os títulos públicos com grandes descontos e os usaram para pagar a conta ao governo. Só que o pagamento foi feito pelo valor nominal dos mesmos e não pelo valor de compra.
Não existe argumento para os defensores do sistema de privatização utilizada e que até hoje é adotado, que possam ser utilizados que justifique o crime praticado contra o povo brasileiro, pois ao receber os títulos pelo valor nominal só aí representou significativo subsídio acrescido do preço de banana que a estatal foi leiloada.
Na época ainda apareceu alguns heróis, aliás, ainda existem no País algumas viúvas que ousam defender o modelo de privatização utilizado, com o argumento de que o governo teria que pagar um dia estes títulos pelo valor nominal dos mesmos. Ora esta é o tipo de justifica para boi dormir, primeiro, porque não havia motivos para antecipar o seu resgate, e se fosse necessário resgatá-los antecipadamente o próprio governo poderia tê-los adquirido economizando 40, 50% ou mais do seu valor, como fizeram as empresas que o adquiriram, para efetuar o pagamento ao governo pelo valor nominal.
Achando pouco o crime de lesa pátria que cometeram, ainda utilizaram o BNDES para financiar grande parte dessas aquisições, a prazos e juros subsidiados, quando não obrigou o Banco a se associar minoritariamente e sem poder de voto para se desfazer das estatais.
Sugiro a quem queira se aprofundar, ou melhor, conhecer o escândalo que foi às privatizações, que procure nas livrarias o livro “BRASIL PRIVATIZADO” escrito por Biondi, pois é um livro muito rico em denúncias, a maioria documentada, constituindo um contraponto eficaz à propaganda oficial.
Ele segue a linha do jornalismo investigativo de denúncia, que coloca em xeque as versões dominantes, veiculadas interesseiramente pela grande mídia que foi a maior cúmplice do governo nesta propaganda difundida a favor da privatização a preço de banana.
Apenas para adiantar e aguçar a sua curiosidade, Biondi em sua obra atribui também ao governo as piores intenções, chegando a escrever na pag 6 "... o famoso processo de privatização no Brasil está cheio de aberrações. Não foi feito para 'beneficiar o consumidor', a população, e sim levando em conta os interesses - e a busca de grandes lucros - dos grupos que 'compraram' as estatais, sejam eles brasileiros ou multinacionais." Já na pag 7 ele continua: "Houve uma intensa campanha contra as estatais nos meios de comunicação, verdadeira 'lavagem cerebral' da população para facilitar as privatizações. Entre os principais argumentos, apareceu sempre a promessa de que elas trariam preços mais baixos para o consumidor 'graças à maior eficiência das empresas privadas'. A promessa era pura enganação. No caso dos serviços telefônicos e de energia elétrica, o projeto de governo foi fazer exatamente o contrário, por baixo do pano ou na surdina".<
Por isto eu pergunto: a quem interessou ou a quem interessa a privatização? Quem levou e tem levado vantagens até hoje?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

IGUALDADE SOCIAL: Como alcançar em uma sociedade de desigualdades sociais?

A pobreza é um fator social que afeta a todos os países, sejam ricos, emergentes ou pobres. No entanto, a desigualdade social nos moldes que se vê em nosso País, é um problema que ocorre em países não desenvolvidos, fruto principalmente da grande concentração de renda, onde poucos têm tudo e a maioria nada ou quase nada.
Ao se falar em desigualdade social, temos que compreende-la pelas diversas facetas com que se apresenta.
Como nas demais Nações que enfrenta esse problema, no Brasil ela traz diversas vestimentas, seja na desigualdade de oportunidades, na má distribuição da renda, em relação à escolaridade, de gênero, racial e até político, e por estes caminhos ela continua trilhando.
O Brasil, orgulhosamente, apresenta a desigualdade social como seu grande cartão de visita para o mundo, já que é do conhecimento de todos, ser um dos países mais desiguais, apesar de dados econômicos o incluir entre os 8 mais ricos do mundo. Em contrapartida, segundo dados da ONU, o Brasil está entre as 10 nações mais desiguais socialmente do mundo. Andamos na contramão do desenvolvimento, e de forma gritante.
Não vamos aqui discutir estudos que buscam justificar a desigualdade social brasileira, pois se sabe que diversas variáveis contribuíram e tem contribuído para este flagelo em nosso País, permanecendo por séculos em patamares inaceitáveis, diante da força de sua economia.
Não venhamos aqui culpar apenas os nossos antepassados ou o modelo de colonização utilizada, pois o que se tem percebido, e estes estudiosos não atribuem, é que esta persistente desigualdade social ocorre no Brasil em decorrência do processo de modernização, principalmente a partir do séc. XIX, diante do modelo de desenvolvimento econômico implantado, que trouxe como consequência o crescimento da miséria; as disparidades sociais, como na educação, na distribuição de renda, nos serviços de saúde, entre tantos outros fatores que impõe a desigualdade como fator das injustiças ocasionadas.
A desigualdade social ocasionada pela gritante concentração de renda, tem deixado como herança para a população, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros e a consequente desnutrição, a baixa escolaridade, a insegurança com o aumento da violência.
Este tem sido os ganhos obtidos pela maioria da população e esses são os exemplos do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil, fruto principalmente da elevada concentração da renda. Este é o modelo que tem tem que ser mudado rapidamente, se queremos acabar com a fome e a pobreza do País.
E esta herança maldita, se não combatida a tempo e com vigor, tende a se acumular.
Qualquer leigo sabe, que aqueles que vêm de família pobre e da periferia, não tem a mínima oportunidade de obter um nível de instrução que o permita concorrer no mercado e com isso galgar a ascensão de classe social. Não é preciso ser expert no assunto para poder afirmar que aqueles que possuem baixo nível de escolaridade não têm a menor chance de chegar a um nível social mais digno, ou até mesmo de lhe ser dada a chance de exercer uma profissão que lhe traga prestígio ou no mínimo de ser bem remunerado.
Os governos têm grande culpa pelas desigualdades sociais que reina em nosso País, em função de uma política econômica equivocada e de um sistema político onde vigora a “lei do mais sabido”, acrescentando a estes erros e equívocos que tem ocasionado grande parte dos problemas sociais, porém, a maior responsabilidade cabe a este jogo do mercado e do capital, cujos interesses maiores está no acumulo de bens e da riqueza, em detrimento das necessidades da maioria.
Portanto, urge que medidas sejam tomadas, reinventando um novo modelo político e econômico, onde se invista nas pessoas, como modelo de valorização do capital humano, e que os investimentos sejam voltados pensando na coletividade e para a coletividade.
Não se pode admitir e conviver com este modelo que se implantou em nosso país, onde em pleno século XXI, menos de um terço da população dispõe de condições de educação e vida comparativeis aos países considerados ricos, enquanto uma minoria tem que se submeter a um nível extremamente modesto e se vangloria de ser classe média, e a grande maioria tenha um padrão comparável aos mais pobres países afro - asiáticos.
A nossa sociedade precisa se aperceber da necessidade urgente de combater de forma efetiva a desigualdade social incrustada no Brasil. Precisa urgentemente se engajar, de forma que todos possam se beneficiar das riquezas produzidas neste País.
É preciso e fundamental a democratização do desenvolvimento tecnológico e o acesso a informação para todos, que não fique restrito a uma minoria, pois diante de uma economia cada vez mais globalizada, o conhecimento torna-se peça fundamental e significativa para a estratificação social e a formação do processo de desigualdade.
É aí que a educação pública e de qualidade entra nesta engrenagem, como mola propulsora fundamental para a mudança na estratificação social. A educação, não esta que aí está, mas uma educação como fonte geradora e portadora da transmissão do conhecimento, mudando o atual foco, que está unicamente voltado para formação técnica e prática, para uma formação que seja capaz de desenvolver no indivíduo o prazer de aprender a aprender. Que formemos profissionais pesquisadores e não apenas mão de obra "qualificada" para servir unicamente ao mercado.
Só através de uma educação pública de qualidade será capaz de gerar conhecimento e este conhecimento adquirido será capaz de iniciar um processo de redução das desigualdades em nosso País.
Antes argumentavam que era necessário o bolo crescer para se dividir as fatias em parte iguais. O bolo cresceu e a cada dia que passa cresce mais, e o que se assiste é o nível das desigualdades aumentarem. E o que é pior, é se observar que a estrutura de Poder e relações deste Poder com a sociedade, não tem apresentado o diálogo necessário e suficiente que tragam esperanças de mudanças significativas nesta ordem estrutural econômica e social que aí está.
Ou a sociedade acorda e se une, ou dificilmente conseguiremos alterar o formato da pirâmide social, que tanto humilha e alimenta as desigualdades.
Já estácomprovado que somente através da EDUCAÇÃO, é que poderemos disseminar o conhecimento, peça fundamental para que todos possam compreender e assimilar a quantidade de informações recebidas diariamente e será através da EDUCAÇÃO que todos brasileiros terão a garantia do exercício pleno da cidadania e poderemos iniciar o processo de transformação da base da desigualdade social.
Não devemos continuar aceitando este modelo implantado no País, unicamente pautado nas relações de propriedade e ou de riqueza, aliado a um conjunto de fatores, que somados àquelas, se insere o político e o poder de dominação, como causa das suas origens.
Não podemos continuar admitindo como uma situação absolutamente normal essa relação onde uma classe produz e a uma minoria se apropria dos seus resultados, que demonstra o caráter contraditório desta sociedade neocapitalista onde o patrão é o senhor todo poderoso e rico e só ele pode dá ordens, enquanto a minoria não passa de proletários, em condições de trabalhos indignos e com baixíssimos salários. Sob pena de mais cedo ou mais tarde termos que conviver com convulsões sociais e rebeldias, tal qual vem ocorrendo em páises ao redor do mundo.
Não estamos aqui pregando a luta de classes como solução de todos os problemas, mas não devemos aceitar e permitir a predominância de uma classe sobre as outras, sob pena de vermos agravadas as desigualdades sociais em nosso País.
Não podemos assistir de forma passiva o aumento da miséria, a concentração da renda, os salários serem cada vez mais achatados, o desemprego e a fome continuar a atingir milhões de brasileiros, o aumento do quadro da violência, tudo isto ocasionados pelo modelo econômico que ora vigora, sob pena de também sermos co-responsáveis por este quadro desolador que hoje é imposto a nossa população.
A política econômica ora praticada não está voltada para a geração de emprego e aumento da renda da população, muito menos voltada para estimular a criação, mas o que se observa é uma política voltada para o desenvolvimento de setores de produção, principalmente para o segmento financeiro, que claramente investem alto na economia de mão-de-obra, trazendo como consequencia o desemprego.
Portanto, precisamos mudar o foco da política econômica, e oferecer uma EDUCAÇÃO PÚBLICA DE QUALIDADE, se quisermos ter um País que ofereça condições decentes para o seu povo.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O NEOLIBERALISMO: OPORTUNISMO x MISÉRIA

Àqueles que defendem os postulados do neoliberalismo, esquecem-se de abordar sobre a lógica do irracionalismo que impera a sua prática. Abrem fogo e duras críticas à teoria marxista, quando deveriam procurar aprimorar seus pressupostos. Na verdade o que procuram os defensores do neoliberalismo é condená-la ao ostracismo, como se fosse um fundamento econômico que tivesse como objetivo a destruição da humanidade. Quando na prática, quem está levando destruição à humanidade é o neoliberalismo, que não coloca as pessoas em primeiro plano e sim, o lucro como meta.
Não queremos aqui discutir os exemplos negativos de alguns países que sobre o manto da teoria marxista, implantaram a ditadura do ”proletariado”, já que historicamente está comprovado que nunca houve esta ditadura, e sim a ditadura de grupos que se utilizaram das ideias marxistas para se apoderarem do Poder.
Na verdade, os neoliberais direciona sua raiva à sociedade socialista, ao extremo de alguns querer acusar a atual crise às chamadas sociedades socialistas ainda remanescentes, como forma de escamotear a verdade e não querer assumir a reponsabilidade pelo seu surgimento e que tem sido cíclica. A atual crise, mais de que contemporânea, é uma crise do modelo neoliberal, fundamentada em quatro concepções básicas: a defesa intransigente de teorias de direita junto à sociedade civil; despolitizar ao máximo a realidade; propagar a defesa dos seus argumentos e negar a lógica histórica e fazer retornar e manter o irracionalismo.
Não quero que entenda aqueles que nos lêem, que o tema ora em discussão, como uma visão histórica atrasada ou até mesmo como uma defesa do protecionismo de natureza populista de setores da economia. Também espero que não seja visto como um tema que representa a derrota histórica de uma teoria que tem como objetivo a socialização dos meios de produção e que o Estado esteja a serviço de todos, e não apenas como o atual, que serve apenas as elites e quem circula no poder: os políticos. Para estes tudo pode, para maioria só lhes resta às migalhas, isto quando conseguem.
O que nos leva a levantar a discussão, está diretamente relacionado com o desprezo dado à teoria socialista nos dias atuais, mesmo o mundo passando por uma crise financeira sem precedentes, e que tem como causa principal os fundamentos neoliberais. Não queremos e talvez não seja o mais indicado, mas torna-se necessário que aqueles que ainda defendem o socialismo como o modelo ideal para a sociedade contemporânea que tomem e adotem posições de vanguarda e inteligência e que enfrente com argumentos sólidos aqueles que se contrapõe a este modelo se quiser enfrentar o oportunismo e vencer a miséria que a cada dia só tem sido ampliada, além de combater toda e qualquer imundice que brote do lado neoliberal.
Já está passada da hora da sociedade deixar de acreditar no reino encantado da fantasia do livre mercado e da redução ao quase nada do papel do Estado, e de suas soluções miraculosas como proposta para a crise desta sociedade que está clamando por resultados que atendam as suas necessidades. Mas que sejam soluções duradouras, coisa que a lógica neoliberal não garante. E está comprovada historicamente.
Sabemos que os críticos à teoria socialista não são personagens novos, mas os mesmos velhos opositores, transvestidos em nova roupagem, só que os argumentos são os mesmos e arcaicos. Na prática, a situação é esta que aí está. E sabem quem vai pagar? O trabalhador e classe pobre da sociedade.
Tal qual a produção capitalista ou neoliberal tem se desenvolvido com base em velhas lideranças arcaicas, que continuam reproduzindo os padrões autoritários do coronelismo, salientando que diante do modelo econômico ora hegemônico, estas pseudas lideranças acabam reproduzindo em nosso País os mesmos padrões autoritários Internacionais.
Na verdade, não podemos entender o socialismo pela realidade frustrada de experiências anteriores, até porque politicamente foram sociedades planificadas através de uma dinastia militar ou de grupos dissidentes, em nenhum momento diferente dos períodos das ditaduras militares já conhecidas e experimentadas por todos nós.
Precisamos entender que a economia centralizada nunca foi e nem deve ser a base para conseguir a emancipação de qualquer sociedade, a partir do instante que parte do pressuposto da não participação popular e estabelece ao Estado enquanto aparelho de controle social, político e econômico.
Diante da crise ocasionada pelas economias centralizadas, ocorreu a “falência” do modelo socialista, com isto houve uma verdadeira debandada para o modelo neoliberal justamente facilitada pela queda do “ideal socialista” pela fraqueza teórica e ideológica dos executores, que preferiram transformar em uma ditadura que de proletária não tinha nada. Esta foi a senha para os pensadores neoliberais apresentarem o seu modelo modernista da economia, onde dos palanques bradavam em defesa da livre concorrência e das privatizações e da redução da participação do Estado.
Diante dos erros daqueles que se diziam representantes dos ideais marxistas, cujo equívoco ficou evidenciado pela prática que estes ditadores implantaram sobre a bandeira do socialismo, colocada de forma danosa, equivocada e por que não dizer mal intencionada, rapidamente ocorreu o processo de satanização dos ideais socialistas, instalando o processo de uma sociedade de direita, se unindo no endeusamento e na defesa do neoliberalismo.
Mesmo satanizando o modelo socialista e, diante da realidade da crise continuada e persistente pelo modelo neoliberal, hoje, pode-se afirmar que este não é o modelo ideal que os seus defensores tanto endeusam, e que a sonhada solução que só o livre mercado seria capaz de encontrar, não passa de balela. Diante deste quadro, observa-se uma descrença mundial pelas teorias econômicas tradicionais e que defendem o mercado como o único capaz de resolver os problemas oriundos desta política que visa o lucro em detrimento ao social.
Somada a esta descrença, asiste-se ainda um total desânimo em relação a política partidária, tanto de direita como de esquerda, redundando na falta de renovação e surgimento de novos quadros, com a mente mais arejada.
Porém uma certeza todos tem, os sistemas econômicos estão em crise e a lógica da crise não tem como símbolo capaz para a sua solução o neoliberalismo.
Todos sabem que o neoliberalismo prima pela defesa da burguesia de poucos em detrimento da maioria da população. Evidencia o seu trabalho pela despolitização da sociedade, através de imagens que levam as massas a desacreditarem dos partidos políticos e dos políticos em geral, e estes, por suas práticas atuais se transformando em organismos mais voltados para as defesas dos seus interesses e dos interesses de particulares ou de grupos, em lugar dos coletivos para os quais foram criados, tem sido os maiores colaboradores para o aumento da falta de credibilidade.
É uma política econômica geradora de desemprego, com isto leva os sindicatos e associações de classe ao enfraquecimento e diante deste quadro perdem sua força de barganha, são hostilizados e ridicularizados pela sociedade e por seus próprios filiados, por não entenderem que esta é a lógica neoliberal, e que diante da nova situação, houve um esgotamento do antigo modelo, exigindo a recriação e novos métodos de enfrentamento da situação.
Enquanto isto os partidos ditos de “esquerda” já não se ver mais. Todos são tão fisiologistas como os de direita. Basta observar os seus atos e práticas quando chegam ao Poder.
Assim, a sociedade clama, por uma nova política econômica, que traga frutos e estes sejam divididos igualitariamente entre todos.

sábado, 8 de outubro de 2011

CRISE DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA


Vivemos hoje uma verdadeira crise da sociedade contemporânea, ocasionada intencionalmente pelas propostas neoliberais, cuja estrutura montada tem afetado estrutural e economicamente de forma drástica os países capitalistas e a sociedade mundial.
Analisando os fundamentos da atual crise, podemos concluir que esta não é fruto deste ou daquele sistema propriamente, mas sim, é uma crise que tem como base o capital ou a financeirização da economia, que está sempre em busca de novos caminhos que leve a maior acumulação, procurando perpetuar-se e dominar os demais setores econômicos, além de buscarem ditar o rumo da humanidade impondo e reproduzindo a exploração, o autoritarismo, a pobreza e a miséria, pois esta é a lógica neoliberal, de acumulação de capital, mesmo que para isto a miséria e a fome se perpetue entre a maioria.
É a chamada barbárie do capitalismo contemporâneo que a oligarquia financeira mundial resolveu denominar de neoliberalismo.
É este modelo neoliberal o maior responsável pelas mudanças ocorridas dentro desta nova sociedade, com a pregação quase como um fanatismo religioso moderno, estabelecendo dogmas e crenças nas virtudes do mercado, que só ele como um passe de mágica seria capaz de encontrar os caminhos para as soluções dos problemas dos mercados.
Bem diferente do dia a dia que assistimos, quando vemos o quanto o livre mercado é impotente para dar a resposta para os problemas, exigindo sempre a intervenção estatal para que os caminhos sejam encontrados. E quando o Estado entra em ação na busca da solução, está disponibilizando meios e recursos oriundos da maioria da população, principalmente retirando recursos que deveriam está a serviço dos mais necessitados.
Neste momento ninguém é mais socialista que os neoliberais, pois para resolver os seus problemas, defendem a socialização dos prejuízos.
Mas não devemos esquecer que a sociedade também tem sua margem de culpa, pois passada a crise esta se acomoda, em lugar de procurarem se organizar para passar a exigir a participação dos resultados positivos após as soluções encontradas, que em sua grande maioria é conseguida através de recursos públicos. Muito pelo contrário, se acomodam e começam a surfar nas ondas dos dias melhores neoliberais. E que são poucos.
Esse processo não atinge àqueles considerados como os mais pobres, mas sim é uma letargia que se abate sobre todos nós, que nos deixamos enganar pelos belos discursos e mentirosos que busca confundir a sociedade com pseudas teses e pressupostos teóricos e das vantagens de que só o neoliberalismo seria capaz de oferecer.
As crises econômicas não devem ser entendidas como parcial e ou localizada, mas, como crises, cujos efeitos são globais, universais e intermitentes e que direta ou indiretamente atinge a todos.
A sociedade não pode e nem deve continuar a aceitar os pressupostos de que as crises são parciais e passageiras e que passado os seus efeitos não deixarão sequelas, pois se assim o for, estaremos admitindo a incapacidade da racionalidade do ser humano, chegando próximos à irracionalidade. E é neste ponto que se pega os neoliberais, utilizando-se de argumentos irracionais, ao propagarem que a crise ocorre sempre de forma localizada sem se dar conta da sua totalidade e que a solução é a implementação dos fundamentos neoliberais, pois só estes possuem os instrumentos capazes de acabar com a crise do mundo contemporâneo, através do estabelecimento do processo de privatização, de forma que o maná que brotará do paraíso da livre concorrência flua através de um novo ciclo de acumulação de “capital”.
Apenas esquecem eles que ao brotar o maná, neste momento de dividirem os dividendos com a classe mais pobre da sociedade, não conseguem socializar a bonança, apenas os prejuízos.
Infelizmente ninguém ou uma pequeníssima minoria tem a coragem de demonstrar o caminho obscuro que a ideologia neoliberal percorre, e que atrás da máscara do livre comércio, serve apenas para ocultar a apologia da livre concorrência e da privatização. Acusa o Estado, este mesmo Estado que eles recorrem quando sapato aperta para se socorrerem, como elemento principal da crise ao acusarem o papel que o Estado desempenha e na sua interferência no mercado, lutando e exigindo a sua limitação e regulamentação. Enfim, exigindo o Estado mínimo, ou seja, que o Estado apenas se faça presente naquelas ações que a iniciativa privada não tenha interesse por não gerarem lucros, apenas custos.
Com a crítica dos neoliberais ao papel do Estado por sua ineficiência e para obstaculizar a livre iniciativa, os seus ideólogos criticam o socialismo como movimento econômico e social, negando as suas vantagens a nível que tomam rumos que apontam para um irracionalismo que não deveria ser mais admitidos nos dias atuais.
E os neoliberais por não querer assumir a responsabilidade das crises por eles criadas procuram passar para o Estado o ônus da culpa e cobrando dele a sua intervenção em busca da solução, dando assim mais argumentos e espaços aos neoliberais para impor suas ideologias e fornecer os subsídios que os façam organizar um novo ciclo de acumulação de capital garantindo-lhes a exclusividade como os grandes ideólogos das soluções que a sociedade requer.
E foi neste bojo que surgiu o processo de globalização, que busca planificar e moldar a economia a movimentos globais de subordinação aos países mais ricos liderados pelos EUA, através da integração da economia como um todo, sem observar as suas especificidades,aumentando o poder de troca e fazendo a economia mundial gravitar aos interesses da acumulação monopolista e oportunista, das economias mais ricas.
É assim, que o modelo econômico da globalização se apresenta, como um projeto neoliberal, que ultrapassa os interesses e as questões meramente econômicas dividindo o mundo por produtores de matéria prima e alimentos cabendo a estes o papel de simples consumidores de produtos industrializados. E produtores de mercadorias industrializadas, que serão consumidores de matéria prima e alimentos. Esta é a lógica da globalização, que os estudiosos e pesquisadores não querem enxergar e se enxergaram não estão tendo a coragem de denunciar, ficando assim a serviço dos interesses dos neoliberais
Essa relação de desigualdade ocorre em razão dos preços praticados onde é gritante a diferença e o fosso existente entre produtos industrializados e primários, sendo os produtores destes últimos os maiores perdedores, diante da margem de diferença imposta pelos países industrializados.
Portanto, o instrumento ideológico e de sustentação da economia global é o neoliberalismo onde o capital compra os recursos, domina a infra-estrutura industrial, explora a mão de obra barata e despolitizada, e aproveitam do momento exato realizar uma pilhagem do Estado, utilizando-se da lógica, que somente o setor privado é competente para produzir, distribuir e comercializar seu trabalho e capaz de gerar o bem estar social, sem a interferência ou qualquer ônus ao Estado. Esta tem sido uma ideologia, que na prática não tem trazido bons frutos, muito pelo contrário, o que se tem assistido é o fosso que separa os ricos dos pobres cada dia que passa se alargar mais.
Hoje, diante das diversas crises que ciclicamente o mundo tem atravessado, podemos reafirmar com total convicção que o neoliberalismo não é e nunca foi solução para as crises, mas sim que tem sido mais um dos seus fatores para o seu próprio aprofundamento.
Seria ingenuidade de cada um de nós acreditar no desaparecimento da luta entre os interesses econômicos e ideológicos dos Estados Unidos e demais países concorrentes, bem como, seria ingenuidade maior pensar que a América Latina teria alguma chance em ser beneficiada com a entrada de capital dos grandes conglomerados econômicos, sem buscar entender que por detrás destas intenções econômicas não estarão a intenção concreta de ampliar a exploração dos países mais pobres além de buscarem ter o controle da ampliação da sociedade democrática, não permitindo-as que possam livremente se planificarem se planejarem.
Com isto buscam impor a sua ideologia e criam democracias de punho forte e obedientes ao canto neoliberal, para que o processo de continuísmo se perpetue. Diante disto surge a necessidade de se manter uma relação onde haja um controle confiável a nível econômico, de forma que possa manter a população submissa ao irracionalismo determinado pela política neoliberal, destruindo a negação da vida do outro, o que torna ainda mais irracional esta nossa civilização.